Tuesday, March 08, 2011

ESTRELAS

Ontem,
Eu ouvi alguém dizer
Que as estrelas
São pequenos buraquinhos
Pontilhando o chão do céu.
À noite
Olhando a imensa escuridão
Vi pequenos buraquinhos
A brincar de estrelas.



Gus-PE,Mar 2010.

Estátua

Estático ante o movimento
Contemplando impávido o infinito
Indiferente ao tempo
Afrontando os ventos
À beira das águas
Correndo para o mar.
Estátua.




À beira do Capibaribe, Mar 2010.

DIVAGAÇÕES

Quando me perguntam não respondo
Adequadamente o que de mim requerem.
Navego n’águas que descem pelo vale
Num rio de mágoas e lutas sem fim.
O meu horizonte foi coberto de brumas
Quando chegou o inverno,
Mas o rio nem caudaloso ficou.
Agora eu me pergunto e não sei a resposta
E, se me perguntam não respondo,
Porque não sei,
E se não sei de nada vale
Navegar sem destino.

Sunday, June 27, 2010

A Luz

A LUZ


Antonio Candido




A Luz
É minha a luz
Para moldar o tempo
É minha a luz
Para ditar o rumo dos ventos
É minha a luz
Para poupar sofrimentos
É minha a luz
Para acalmar os tormentos
É minha a luz
Para iluminar o firmamento
A Luz
Só minha
Minha Luz.

Estrelas

Estrelas


AntonioCandido




Ontem,
Eu ouvi alguém dizer
Que as estrelas
São pequenos buraquinhos
Pontilhando o chão do céu.
À noite
Olhando a imensa escuridão
Vi pequenos buraquinhos
A brincar de estrelas.



Gus-PE,Mar 2010.

Friday, October 12, 2007

Quando em Brasília

De repente me vejo diante do congresso
Imerso em meus pensamentos,
Terei ingresso ou não?
Ah! mas para entrar precisa-se de mensalão!
Eu? não! não me meto nessa enrrascada
De olhar político, ou quase nada,
A aprender ou ensinar.
Olho uma mala que passa recheada,
De roupa? qual nada!
De repente, não mais que de repente,
Fico vermelho de raiva dessa meleca,
E eis que passa um assessor com dólares na cueca.


Gus-PE(Quando do Mensalão)

O Poema

Faça poesia como quem canta,
Entregue-se a ela
Como quem entrega a alma
No momento final.
Beba do poema
Na fonte perene da saudade;
Sorva-o aos poucos
Como um bom vinho;
Sinta-o primeiro na ponta da língua,
Depois no coração,
Na alma,
Na eternidade.

O Que Faz Você Feliz

Andar descalço na areia
Assistir ao pôr-do-sol
à beira da praia deserta,
Sentir o vento no rosto
Curtindo o dia que acaba,
Diz p'ra mim bem no ouvido,
O que faz você feliz?

Jogar futebol à beira d'água
Para atender a pedidos,
Ou curtir um voleibol
Como havia prometido,
Isto tudo te completa?
Me diga sinceramente,
O que faz você feliz?

Olhar figuras no céu
Quando as núvens se deslocam,
Ouvir o canto dos pássaros
Quando dia pricipia,
Me diga de alma vazia,
Do fundo do coração,
O que faz você feliz?

Caminhar em meio a relva,
As vezes errar de caminho,
Persistir em suas metas
Embora possua espinhos,
Essa é a sua intenção?
Mas diz bem de mansinho,
O que faz você feliz?.

Guis-PE, Abr/07(Início de Inverno)

A Garanhuns

Tu és o frio,
Garoa fina,
Amor que desatina,
Névoa na madrugada.
Tu és flor,
És vento de agosto,
Também és desgosto
Quando o inverno se vai.
Tu tens poema,
Tens magia e,
Nas tuas noites frias
Tens lua para namorar.
No teu aconchego me aquieto,
Adormeço, sonho e acordo,
És Garanhuns,
És meu lar.


Gus-PE,Ago/07(Final de Inverno)

Jovem

Segue em direção ao horizonte
O infinito é o teu limite
Desnuda o céu vestido de nuvens
Rasga as vestes negras da noite
Fere as madrugadas virginais
Trespassa os rios caudalosos
Rompe a floresta
É teu o mundo
Com tudo que nele há.
A juventude é como um furacão
Não conhece limites.
Desbravando os mares
Nele se alimenta,
Ferindo a terra
Nela se embrutece,
Não sucumbe diante de nada
A não ser de sí mesmo.
És jovem, vai,
Mas lembra que o teu caminho
Está pontilhado de vales, montanhas,
E que uma pequenina flor
Se esconde no recôndito da tua alma.

Gus-PE,Out/07

Sunday, May 27, 2007

Natal

NATAL



É Natal.
Que os nossos corações estejam de portas abertas,
De portas abertas para deixar entrar a paz, o amor e a felicidade;
Que esteja aberto o meu e o seu coração para o perdão,
Aberto a receber toda a energia que emana do universo,
Em borbotões, em vagalhões,
Sem que sucumbamos às adversidades,
Sem que sejamos seduzidos pelo orgulho.
É Natal,
Que a nossa vida seja um campo de flores,
Mesmo sabendo que entre elas crescem espinhos;
Que, também, seja um manancial,
De onde brota a água cristalina que vivificam
Os jardins do nosso semelhante;
Que seja a fonte inesgotável
Jorrando o amor sem fim.
É Natal
Que eu, você, cada um de nós,
Incorpore ao dia-a-dia,
A necessidade de ser, mais do que ter;
De dar, mais do que querer,
De amar, mais que odiar e,
De esquecer as más lembranças, mais que lembrar,
De poder dizer: você meu amigo, meu irmão,
É motivo mais que suficiente para eu ser feliz.
Feliz Natal!


Candido - Garanhuns – Dezembro de 2005.

Thursday, April 26, 2007

Sobre a Relva Macia

Sobre a Relva Macia


Ando solitário pela noite a dentro,
Pisando a relva macia
Sorvendo a noite sombria.
Os meus medos são os medos interiores,
Provocados pelos últimos estertores de recordações.
Onde piso?
O solo que outrora foi fértil,
Hoje esterilizado pelo tempo perdido.
Cavalgo sonhos,
Navego mares de ansiedades
Namoro a lua e seus raios ofertados.
O meu tempo foi pequenino diante da imensidão,
O meu sonho, também.
Imaginei e desfiz a imagem num átimo,
Embalado pela canção que não mais se ouve;
Porém, sigo pisando a relva macia,
Quem sabe um dia
Novamente volte a sonhar.



Gus-PE, Jan2007.

Friday, September 15, 2006

Eu Giro o Corpo...

Eu giro o corpo como quem rodopia
Embalado no encanto e no canto da noite

Eu giro o corpo como quem se exercita
Imitando passos do grande balé da vida

Eu giro o corpo como quem dança uma valsa
Ao embalo de uma orquestra divina

Eu giro o corpo como quem ao sabor das ondas
Se inclina numa prancha singrando ondas

Eu giro o corpo como quem procura
Entre os que passam uma conhecida figura

Eu giro o corpo porque no compasso da vida
Busco entre os que vivem...outro corpo que gira.

Thursday, September 14, 2006

Anoitecer

A noite anoitece sem a minha ajuda,
sentado no banco da praça
Leio tudo para ser polímata e,
Cobrir a minha nudez diante do mundo.
Na igreja em frente
Sinos repicam incessantemente
Como a lembrar da minha mortalidade,
Imortal só o tempo.
Desfilam pessoas em roupas domingueiras
Num vai-e-vem nervoso,
Olhares ansiosos, andares cadenciados
Em busca do nada.
Uma ave de hábitos noturnos
Lança os seus gemidos nos ares
E olhares miram o céu noturno
Movidos pela curiosodade.
Novamente sinos repicam
Como a lembrar que a hora é chegada
De mais uma vez
Beber da filosofia vã.
Cá fora fica um poeta
Sentado num banco
Cismando sobre o anoitecer.

poemar