Friday, October 12, 2007

Quando em Brasília

De repente me vejo diante do congresso
Imerso em meus pensamentos,
Terei ingresso ou não?
Ah! mas para entrar precisa-se de mensalão!
Eu? não! não me meto nessa enrrascada
De olhar político, ou quase nada,
A aprender ou ensinar.
Olho uma mala que passa recheada,
De roupa? qual nada!
De repente, não mais que de repente,
Fico vermelho de raiva dessa meleca,
E eis que passa um assessor com dólares na cueca.


Gus-PE(Quando do Mensalão)

O Poema

Faça poesia como quem canta,
Entregue-se a ela
Como quem entrega a alma
No momento final.
Beba do poema
Na fonte perene da saudade;
Sorva-o aos poucos
Como um bom vinho;
Sinta-o primeiro na ponta da língua,
Depois no coração,
Na alma,
Na eternidade.

O Que Faz Você Feliz

Andar descalço na areia
Assistir ao pôr-do-sol
à beira da praia deserta,
Sentir o vento no rosto
Curtindo o dia que acaba,
Diz p'ra mim bem no ouvido,
O que faz você feliz?

Jogar futebol à beira d'água
Para atender a pedidos,
Ou curtir um voleibol
Como havia prometido,
Isto tudo te completa?
Me diga sinceramente,
O que faz você feliz?

Olhar figuras no céu
Quando as núvens se deslocam,
Ouvir o canto dos pássaros
Quando dia pricipia,
Me diga de alma vazia,
Do fundo do coração,
O que faz você feliz?

Caminhar em meio a relva,
As vezes errar de caminho,
Persistir em suas metas
Embora possua espinhos,
Essa é a sua intenção?
Mas diz bem de mansinho,
O que faz você feliz?.

Guis-PE, Abr/07(Início de Inverno)

A Garanhuns

Tu és o frio,
Garoa fina,
Amor que desatina,
Névoa na madrugada.
Tu és flor,
És vento de agosto,
Também és desgosto
Quando o inverno se vai.
Tu tens poema,
Tens magia e,
Nas tuas noites frias
Tens lua para namorar.
No teu aconchego me aquieto,
Adormeço, sonho e acordo,
És Garanhuns,
És meu lar.


Gus-PE,Ago/07(Final de Inverno)

Jovem

Segue em direção ao horizonte
O infinito é o teu limite
Desnuda o céu vestido de nuvens
Rasga as vestes negras da noite
Fere as madrugadas virginais
Trespassa os rios caudalosos
Rompe a floresta
É teu o mundo
Com tudo que nele há.
A juventude é como um furacão
Não conhece limites.
Desbravando os mares
Nele se alimenta,
Ferindo a terra
Nela se embrutece,
Não sucumbe diante de nada
A não ser de sí mesmo.
És jovem, vai,
Mas lembra que o teu caminho
Está pontilhado de vales, montanhas,
E que uma pequenina flor
Se esconde no recôndito da tua alma.

Gus-PE,Out/07